Um adolescente de 14 anos morreu de forma trágica após cair de um ônibus em movimento em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. O jovem estava tentando surfar em ônibus, uma prática extremamente perigosa que consiste em se pendurar na parte externa do veículo.
O acidente aconteceu na última sexta-feira (12), na Rua 14, no bairro do Curado IV. O ônibus envolvido operava a linha 361 – TI TIP/Curado IV.
Como o acidente aconteceu?
De acordo com a Urbana-PE, que representa a empresa Borborema, operadora da linha, o acidente ocorreu quando o jovem, que estava pendurado na porta do ônibus, colidiu com um veículo que estava parado na via. O impacto da batida o derrubou.
A empresa afirmou em nota que enviou uma equipe ao local para prestar apoio e acionou as autoridades competentes, incluindo o Instituto de Criminalística e a Polícia Militar. A Borborema também expressou solidariedade aos amigos e familiares da vítima e se comprometeu a colaborar com as investigações.
Genildo Pereira, da assessoria do Sindicato dos Rodoviários, comentou o caso, destacando a impotência dos motoristas. “O motorista parou, pediu para ele descer do carro. Quando o motorista sobe novamente e segue, ele [o adolescente] sobe no carro e vai fazer o que não é para ser feito. O motorista em si não tem atribuição de polícia”, disse.

Investigação e o debate sobre a prática
A Polícia Civil de Pernambuco informou nesta segunda-feira (15) que registrou a ocorrência como “morte a esclarecer sem indício de crime” e instaurou um inquérito policial para apurar todos os fatos. O caso está sob a responsabilidade da Delegacia de Prazeres.
A tragédia reacende o debate sobre a perigosa prática de surfar em ônibus, também conhecida como “morcegamento”. Periodicamente, o Grande Recife Consórcio de Transporte realiza campanhas educativas em terminais e escolas para alertar sobre os riscos fatais associados a se pendurar ou subir no teto dos coletivos.
Curiosamente, em novembro do ano passado, a governadora Raquel Lyra (PSD) vetou um projeto de lei, aprovado pela Assembleia Legislativa (Alepe), que visava proibir formalmente essa prática na Região Metropolitana do Recife. Na época, o projeto foi alvo de protestos de rodoviários, que argumentavam sobre a dificuldade de fiscalização e a responsabilidade que recairia sobre eles.
A morte do jovem no Curado IV serve como um doloroso lembrete dos perigos extremos dessa “brincadeira”, que ceifa vidas e destrói famílias.








