O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, nesta quinta-feira (20/3), qualquer participação nos atos de depredação de patrimônio público ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Durante uma live comemorativa de seu aniversário de 70 anos, Bolsonaro afirmou que as acusações “não têm cabimento” e reforçou que, na data dos acontecimentos, estava nos Estados Unidos.
Defesa do Ex-Presidente
Bolsonaro argumentou que não há provas de sua participação nos atos e que não pode ser responsabilizado por algo que não presenciou. “Eu tenho que ter quebrado alguma coisa. Eu acho que ninguém tem dúvida de onde eu estava no 8 de janeiro. Eu estava no hospital, nos Estados Unidos. Eu não estava aqui [no Brasil]”, declarou.
O ex-presidente destacou que deixou o país no dia 30 de dezembro de 2022 e que qualquer acusação precisa de evidências concretas, como imagens ou testemunhos que o coloquem na cena dos atos de vandalismo.
Contexto das Acusações
A fala de Bolsonaro ocorre em um momento crítico, já que ele é investigado por suposta tentativa de golpe de Estado e por atentar contra o regime democrático. Além disso, responde por danos ao patrimônio da União, destruição de bens tombados e possível envolvimento em organização criminosa.
Caso seja condenado, Bolsonaro pode enfrentar uma pena superior a 40 anos de prisão, além de ter sua inelegibilidade ampliada. Atualmente, ele está impedido de disputar eleições até 2030.
STF Avaliará Denúncia na Próxima Semana
A declaração de Bolsonaro acontece poucos dias antes do Supremo Tribunal Federal (STF) analisar a denúncia contra ele. O julgamento, marcado para os dias 25 e 26 de março, poderá transformá-lo em réu no processo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que o ex-presidente teria incentivado os atos e colaborado para o ataque às instituições democráticas.
Apoio na Live
Participaram da live o advogado de Bolsonaro, Paulo Amador da Cunha Bueno, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. Ambos defenderam a inocência de Bolsonaro e classificaram as acusações como uma tentativa de perseguição política.
Por outro lado, as acusações contra Bolsonaro são consideradas graves pelas autoridades. Enquanto isso, o ex-presidente tenta reforçar sua defesa perante o público. No entanto, o julgamento no STF será crucial para definir os próximos capítulos desse caso.