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O delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz foi indiciado por lesão corporal gravíssima. Ele atirou no ambulante Emmanuel Apory, de 26 anos, durante uma festa no Forte dos Remédios, em Fernando de Noronha. Isso ocorreu no início de maio de 2025. O disparo resultou na amputação de parte da perna direita da vítima, que passou por cirurgia e segue em recuperação.
O que motivou o crime
O episódio ocorreu após uma discussão entre o delegado e o ambulante, supostamente motivada por ciúmes. Testemunhas relataram que o delegado se incomodou ao ver Apory, que trabalhava como ambulante na festa, supostamente olhando para a mulher que o acompanhava. Emmanuel negou qualquer tentativa de assédio e afirmou que respeitou todos os presentes durante o evento.
Imagens de câmeras de segurança mostram que o delegado aguardou Apory no local, abordou-o de forma agressiva, empurrou e apontou o dedo para o rosto do ambulante. Após a reação de Emmanuel, o delegado sacou a arma e efetuou o disparo na perna da vítima, que conseguiu fugir mancando.
Consequências para a vítima
O tiro causou uma fratura exposta e, apesar dos esforços médicos, foi necessária a amputação acima do joelho para preservar a vida de Emmanuel Apory. O ambulante foi transferido de Fernando de Noronha para o Recife, onde passou por cirurgia e iniciou o processo de recuperação pós-cirúrgica. Ele recebeu alta hospitalar em 22 de maio e agora aguarda a escolha e adaptação de uma prótese, já que depende do trabalho ambulante para sobreviver na ilha.
Em depoimento, Emmanuel agradeceu por estar vivo, mas relatou as dificuldades físicas e psicológicas enfrentadas desde o ocorrido. Uma campanha de arrecadação de recursos foi criada para ajudá-lo no tratamento e na aquisição da prótese.
Situação do delegado e investigações
Após o incidente, Luiz Alberto Braga de Queiroz foi afastado de suas funções por 120 dias. Teve o porte de arma suspenso. Ele responde a processo administrativo disciplinar especial. Além disso, está envolvido em um inquérito criminal por lesão corporal gravíssima. O caso está sendo acompanhado pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (Adeppe) defendeu o delegado, alegando legítima defesa, mas as imagens do circuito de segurança mostram que a abordagem inicial foi agressiva e partiu do próprio policial.
Repercussão e protestos
O caso gerou forte comoção em Fernando de Noronha, com protestos de moradores exigindo justiça. O episódio reacendeu o debate sobre o uso excessivo de força por parte de agentes públicos e a necessidade de responsabilização em casos de violência policial.
