
O processo de privatização do Metrô do Recife está autorizado e deve ser concluído até o final de 2026, com a nova gestão privada iniciando suas operações em 2027. A autorização para o início do processo de concessão foi publicada no Diário Oficial da União em maio de 2025, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será responsável por conduzir todo o trâmite.

Cronograma previsto
- 3º trimestre de 2025: Estudos técnicos e consulta pública
- 2º trimestre de 2026: Aprovação pelos órgãos de controle (TCU e TCE-PE) e publicação do edital
- 4º trimestre de 2026: Leilão da concessão
- 1º trimestre de 2027: Formalização do contrato e início da nova gestão
Contexto e investimentos
O metrô do Recife, que atende cerca de 182 mil passageiros por dia útil, enfrenta problemas crônicos de operação e infraestrutura. A privatização é vista como alternativa para modernizar o sistema e melhorar o serviço. O investimento estimado no contrato de concessão é de aproximadamente R$ 2,1 bilhões, além de cerca de R$ 4 bilhões necessários para reerguer o sistema antes da transferência à iniciativa privada.
A gestão privada terá metas claras de modernização e expansão da rede metroviária, visando melhorar a mobilidade urbana na região metropolitana do Recife. Uma das prioridades será a implementação de tecnologias de ponta e a renovação de trens e estações. A expectativa é que com a entrada da iniciativa privada, haja uma significativa melhora na qualidade do serviço prestado aos passageiros. Ademais, espera-se que a privatização traga maior eficiência operacional e gestão financeira ao metrô da cidade.
O governo federal já autorizou a transferência dos bens federais para o estado de Pernambuco, que será o gestor do contrato de concessão pública com validade de 30 anos.
Os principais benefícios da privatização do Metrô do Recife são:
- Melhoria da qualidade do serviço: A concessão à iniciativa privada visa modernizar a infraestrutura e os equipamentos, resultando em maior segurança, regularidade e conforto para os passageiros, que atualmente enfrentam falhas e longos intervalos entre os trens.
- Investimentos significativos: O projeto prevê aportes públicos e privados que somam cerca de R$ 8,4 bilhões para reerguer o sistema, incluindo R$ 3,8 bilhões em investimentos públicos para recuperação e operação, além de recursos privados para manutenção e modernização.
- Gestão mais eficiente: A iniciativa privada tende a oferecer maior agilidade na operação, manutenção e atendimento, reduzindo a burocracia e melhorando a eficiência do sistema.
- Manutenção da tarifa: O governo pretende manter o valor da passagem atual, evitando aumento para os usuários, mesmo com a entrada da iniciativa privada na gestão5.
- Continuidade do serviço: A concessão pública, com contrato de 30 anos, busca garantir estabilidade e continuidade na operação do metrô, beneficiando cerca de 137 mil a 335 mil passageiros diariamente.
- Transferência de ativos e responsabilidades: A privatização envolve a transferência dos bens federais para o estado de Pernambuco, que será o gestor do contrato, garantindo maior controle regional sobre o sistema.
A privatização do sistema de transporte, como o metrô do Recife, pode reduzir os transtornos atuais de várias formas:
- Melhoria da qualidade e redução de falhas: Experiências em outras cidades brasileiras mostram que linhas metroferroviárias operadas pelo setor privado apresentaram redução significativa no número de falhas e interrupções, aumentando a regularidade e confiabilidade do serviço.
- Maior eficiência operacional: A iniciativa privada tende a ter mais agilidade e criatividade para implementar soluções rápidas, otimizar processos e melhorar a manutenção, o que reduz atrasos e paralisações.
- Investimentos em infraestrutura: A privatização atrai capital privado para modernização e expansão do sistema, o que é fundamental para superar o sucateamento e a falta de investimentos crônicos que geram transtornos aos usuários.
- Regulação técnica e transparente: Com uma regulação pública efetiva, o Estado pode garantir que o operador privado cumpra metas de qualidade, segurança e atendimento, protegendo o interesse público e evitando a deterioração do serviço.
- Foco no usuário: Empresas privadas, para manter contratos e competitividade, tendem a priorizar a satisfação do usuário, melhorando atendimento, limpeza, segurança e conforto.
No entanto, é fundamental que o Estado mantenha uma regulação independente, técnica e estável para assegurar que a privatização traga benefícios reais e não prejudique a acessibilidade e a qualidade do transporte público.
Desafios e expectativas
A privatização do sistema de transporte, como o metrô do Recife, pode reduzir os transtornos atuais de várias formas. No entanto, é fundamental que o Estado mantenha uma regulação independente, técnica e estável para assegurar que a privatização traga benefícios reais e não prejudique a acessibilidade e a qualidade do transporte público. Apesar do avanço no processo, ainda existem questões políticas, administrativas e financeiras a serem resolvidas para garantir o sucesso da privatização. O modelo adotado prevê que o governo estadual terá papel central na gestão do contrato, buscando garantir a continuidade e a qualidade do serviço para os usuários.