A Balada Eventos e Produções Ltda., empresa do cantor sertanejo Gusttavo Lima, foi mencionada em uma investigação da Polícia Federal (PF) que apura um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC) e a máfia italiana. A Operação Mafiusi, iniciada em dezembro, identificou uma rede de tráfico internacional de drogas que utilizava o porto de Paranaguá (PR) para enviar entorpecentes à Europa, especialmente para organizações criminosas na Itália e na Albânia.
Movimentações financeiras suspeitas
Durante as investigações, a PF rastreou movimentações financeiras de alto valor em contas de pessoas jurídicas associadas ao PCC. A Balada Eventos apareceu na lista ao repassar R$ 57,5 milhões para a JBT Empreendimentos, uma das empresas de Maribel Golin, suspeita de atuar como intermediária no esquema de lavagem de dinheiro. As transferências tiveram início em 24 de junho de 2022.
Posicionamento de Gusttavo Lima
Gusttavo Lima negou qualquer irregularidade e afirmou que a transação mencionada refere-se à compra legal de uma aeronave. O cantor destacou que todas as operações financeiras de sua empresa são legítimas e devidamente registradas nos órgãos competentes, incluindo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Outros envolvidos
Além de Gusttavo Lima, outras personalidades foram citadas na investigação. O pastor Valdemiro Santiago e o bicheiro Adilson Oliveira Coutinho Filho, conhecido como Adilsinho, também aparecem na lista de movimentações financeiras suspeitas. Embora não tenham sido indiciados, eles deverão ser convocados para prestar depoimentos.
Empresas de fachada
A PF identificou diversas empresas suspeitas de atuarem como fachadas para ocultar a origem ilícita dos recursos. Entre elas, destacam-se a Starway Locação de Veículos e a Starway Multimarcas, que movimentaram R$ 454,3 milhões entre 2020 e 2023. Essas empresas estão sob investigação por possíveis ligações com o PCC e a máfia italiana.