
Em Jaboatão dos Guararapes, um jovem de 29 anos, identificado como Lucas Brendo, morreu após ser baleado durante uma blitz do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) da Polícia Militar (PM). O caso aconteceu na noite de sexta-feira (11), na Estrada da Batalha, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
A PM afirma que o carro onde Lucas estava furou o bloqueio e que os ocupantes atiraram contra os policiais, que revidaram. Contudo, amigos e familiares da vítima negam a versão e acusam os agentes de violência policial.
A versão da Polícia Militar

De acordo com o boletim de ocorrência, o motorista do veículo desobedeceu a uma ordem de parada e fugiu em alta velocidade, tentando “derrubar o efetivo que estava nas motocicletas”. Em seguida, segundo a PM, os ocupantes do carro teriam atirado contra os policiais, que revidaram.
Durante a perseguição, o motorista perdeu o controle e bateu em outro veículo. Ele e o passageiro da frente teriam tentado fugir a pé, mas foram capturados. No banco de trás, os policiais encontraram Lucas Brendo e outro homem feridos.
Ainda segundo o registro policial, foram encontrados dois revólveres, uma arma de gel e oito munições no interior do carro. Lucas foi levado a uma UPA, mas não resistiu. O outro ferido foi hospitalizado sob custódia, e os outros dois homens foram presos.
Amigos e familiares contestam a versão oficial
Nas redes sociais, a versão da polícia foi fortemente contestada. Amigos e parentes de Lucas afirmam que ele era inocente e não estava armado.
“Não tentaram derrubar moto nenhuma, o motorista do carro fugiu da blitz com medo de recolherem o carro. Lucas estava de carona, ele não tentou fazer nada, nem estava com arma alguma atirando”, escreveu uma colega de trabalho da vítima.
Quem era Lucas Brendo?
Lucas Brendo tinha 29 anos e se apresentava em seu perfil no Instagram como designer, profissional de marketing e especialista em serviços de internet. Ele compartilhava sua rotina de treinos, viagens e passeios com amigos e a namorada.
Investigação em andamento
A Polícia Civil investiga o caso como “morte decorrente de intervenção de agente do Estado”. Os dois homens presos foram autuados por porte ilegal de arma de fogo, desobediência, resistência e direção perigosa.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que a Corregedoria Geral também abriu uma investigação preliminar para apurar a conduta dos policiais envolvidos, seguindo o protocolo para casos de intervenção policial com resultado de morte.